ZUMBI DOS PALMARES.
Por que no dia 20 de Novembro é comemorado o dia da Consciência Negra?
Poderia levantar todo um discurso histórico sobre a escravidão no Brasil e dizer resumidamente quem foi Zumbi. Mas acredito que esse seja o papel do livro, da internet...
Poderia, narrar sobre toda a ignorância, violência, humilhação e preconceito que os quilombolas passaram, ou melhor, que os nossos ancestrais passaram...
Poderia de inúmeras maneiras responder essa pergunta tão veiculada na internet durante este mês de Novembro, aliás, tão veiculada somente neste mês de novembro, pois me parece que esqueceram dos outros 11 meses do ano!
Enfim, poderia isso... poderia aquilo... ou aquilo outro... Mas prefiro lançar outras perguntas, lançar outras provocações, "cutucar" essa hegemonia tão pomposa que com seu discurso embranquecedor mascara pouco a pouco o preconceito na contemporaneidade.
Pois bem, Zumbi dos Palmares foi um guerreiro, líder, que não desistiu de lutar contra a escravidão no Brasil. Mas...e hoje, quantos Zumbis ainda existem por ai...?
Quantos através da arte, da música, da dança, da política, da educação... enfim, quantos a cada dia precisam lutar e lutar contra a escravização da falsa igualdade, a escravização do silêncio, a escravização do mito da harmonia, a escravização do medo, da cor....
Ou ainda... até quando precisaremos lutar?
Pois é, repito, porque este é o melhor verbo: LUTAR!
Contra quantos "Domingos Jorge Velho" precisaremos lutar?
Disfarçados de igualdade, camuflados de poder, mascarados pela sociedade
e as vezes até escondidos por um falso saber.
Parece-me que as perguntas não são tão simples assim de responder, quem sabe comemorar o dia 20 de Novembro seja também um ato de refletir, de pensar essas questões criticamente, e transformar nosso discurso e nossa prática como cidadãos/cidadãs.
Portanto, dedico esse breve escrito a todos e a todas que empunham suas espadas constantemente,
a vocês e por vocês eu grito:
AXÉ!
Julianna Rosa
atriz do NAN
"Na voz de meus avós dança a flor de minha ancestralidade". Lau Santos
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
À Cruz e Sousa - Poeta AfroCatarinense
Em homenagem à Cruz e Sousa, poeta afrocatarinense, e também em homenagem ao Mês da Consciência Negra, o NAN publica aqui no blog a poesia: " Acrobata da Dor ", a qual durante esse ano tornou-se marca do Grupo e merece, portanto, ser aqui publicada.
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche, salta clown, varado
pelo estertor dessa agonia lenta ...
Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d'aço. . .
E embora caias sobre o chão, fremente,
afogado em teu sangue estuoso e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche, salta clown, varado
pelo estertor dessa agonia lenta ...
Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d'aço. . .
E embora caias sobre o chão, fremente,
afogado em teu sangue estuoso e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.
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